A Revolução Cultural em imagens inéditas
14/09/12 11:38Por Fabiano Maisonnave, de Pequim
A Revolução Cultural (1966-76), ocorrida apenas uma geração atrás, é um dos momentos mais violentos e tristes da história chinesa. Apesar de recente, são raras as imagens daquele período por causa do esforço do Partido Comunista, no poder então e agora, em minimizar milhões de mortes e de vidas destroçadas injustamente pela campanha ultraesquerdista de Mao para eliminar inimigos internos.
Um dos poucos registros fotográficos que sobreviveram são obra de Li Zhensheng, hoje com 72 anos, na fria cidade de Harbin (nordeste), onde hoje existe uma pequena comunidade brasileira trabalhando na fábrica da Embraer.
Li trabalhava como fotógrafo para um jornal local. Com um aguçado senso de história, ele escondeu negativos por mais de 20 anos. O acervo agora vem sendo publicado em livros e exposições no exterior. Mas seu trabalho continua censurado na China, onde as escolas ensinam ódio ao Japão pelos seus crimes de guerra na ocupação enquanto ignoram os dezenas de milhões de mortos pela Grande Fome e pela Revolução Cultural.
Nesta semana, a repórter-fotográfica Sim Chi Yin publicou uma entrevista com Li junto com uma série de 20 impressionantes fotos inéditas, incluindo descrições detalhadas.
“Quando a Revolução Cultural começou, quando Mao a anunciou, todos estavam animados, inclusive eu”, conta Li. “Depois, era como um cavalo que havia perdido as rédeas.”
Fabiano,
fotos impressionantes !
há muitos anos atrás assisti ao filme “Os gritos do silêncio” (The Killing Fields)
que mostra a chegada de Pol Pot (Khmer Vermelho) ao poder e a implantação da ditadura comunista no Cambodja,
deve ter sido um pouco parecido com o que ocorreu na China.
Abs.
Adriano, apesar de o governo chinês coibir pesquisas históricas, há bastante tolerância para obras de ficção. Bons filmes sobre o período incluem “Viver” e “Adeus, Minha Concubina”, vale a pena assisti-los.