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Vista Chinesa

por Fabiano Maisonnave

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As chances do Baidu no Brasil

Por Vista Chinesa
17/02/12 15:17

O alagoano Wesley Barbosa, gerente do Baidu para a AL, em Pequim

Fabiano Maisonnave, de Pequim

É uma história bastante ilustrativa da China em ascensão: cada vez mais rico, o site de busca Baidu vai abrir um escritório em São Paulo para estudar o mercado brasileiro (aqui, para assinantes). Com dinheiro em caixa,  o desafio agora é  conquistar corações e mentes fora do país de origem.

Os resultados do útimo trimestre, divulgados nesta quinta-feira, mostram que o Baidu, líder absoluto entre os sites de busca na China, tem bala na agulha. O lucro líquido cresceu 76,9%, chegando a US$ 326,3 milhões. O valor de mercado da empresa, listada na Nasdaq,  está em cerca de US$ 45 bilhões.

O lucro e a hegemonia do Baidu, fundado em 2000,  tiveram um salto depois que o Google se recusou a cumprir as regras da censura chinesa e redirecionou seu site chinês para Hong Kong, há dois anos.  O domínio do mercado aumentou e agora está em torno de 80%.

Mas o sucesso caseiro não se repetiu no Japão, a única experiência como site de busca do Baidu no exterior. No ar desde 2006, o www.baidu.jp _cujo acesso, aliás, está bloqueado pela censura na China_ tem participação inexpressiva naquele mercado.

O site ocupa a posição 830 entre os sites mais acessados do Japão, segundo o site Alexa.com. Já o Google fica em segundo lugar.

“O Baidu é um zumbi no Japão”, disse o sul-africano Jeremy Golkorn, editor do site sobre mídia chinesa danwei.com, em conversa no ano passado. “Apesar de todo o dinheiro, eles não estão preparados para investir fora.”

Um dos problemas do Baidu é reverter a má fama que ganhou durante os atritos do Google com o governo chinês, quando ganhou a imagem de ser uma empresa protegida e dócil.

“Nós não somos estúpidos para gostar de censura”, disse, em conversa no ano passado, o sino-americano Kaiser Kuo,  diretor de relações com o investidor e conhecido no país por integrar a banda de heavy metal Tang Dinasty. Foi contratado há cerca de dois anos para, entre outras funções, melhorar a imagem do Baidu no exterior.

“É claro que queremos dar os usuários a melhor experiência possível, mas seguimos as regras. Se formos atuar num país que não há censura, por que censuraríamos?”
Kaiser Kuo critica a dicotomia do Google “bonzinho” contra o Baidu “malvado” que, segundo ele, aparece com frequência na imprensa ocidental. Contra a imagem de que  o site é um quase monopólio, ele argumenta, com razão, que a China é um dos poucos países do mundo onde o site americano não domina o mercado.

Polêmicas à parte,  o Baidu tem uma barreira comum a outras empresas chinesas: marca. Mesmo sendo a segunda economia mundial e o maior país exportador, a China não possui marcas reconhecidas facilmente fora das suas fronteiras.  Superar esse quase anonimato é essencial para as empresas chinesas, para aumentar o “soft power” do país e para o salto de qualidade que o gigante asiático quer dar ao seu capitalismo.

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China, o maior credor para a América Latina

Por Vista Chinesa
17/02/12 08:28

Reportagem de Patrícia Campos Mello  na Folha de hoje mostra que a China já supera o BNDES, Banco Mundial, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o EximBank americano em empréstimos na região. De 2005 a 2011, o BDC (Banco de Desenvolvimento da China) e o EximBank do país destinaram US$ 75 bilhões à região. Venezuela, Equador e Brasil estão entre os principais clientes. O texto completo está aqui, apenas para assinantes.

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Rossi analisa o regime político chinês

Por Vista Chinesa
16/02/12 15:36

Na coluna de hoje, Clóvis Rossi questiona se “a China está de fato condenada a transitar do autoritarismo para a democracia ou pode permanecer indefinidamente nessa situação de economia de mercado (ou quase isso) com ditadura”. O texto completo, apenas para assinantes, está aqui.

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China e Brasil: quem se adaptará a quem?

Por Vista Chinesa
15/02/12 16:17

Temer ao lado do vice-premiê chinês Wang Qishan, em Brasília (Romério Cunha - Divulgação 13.fev.2012)

Fabiano Maisonnave, de Pequim

A recente passagem do vice-premiê Wang Qishan pelo Brasil voltou a demonstrar o que o próprio ex-chanceler Celso Amorim admitira ao final de seus oito anos à frente do Itamaraty: ainda falta uma política para lidar com a China.

O problema começa no próprio formato da visita, cujo ponto alto foi a reunião da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação), teoricamente o mecanismo mais importante de diálogo entre os dois países.

Criada em 2004 pelo então presidente Lula e o seu colega, Hu Jintao, a Cosban pecou pela preocupação excessiva com formalidades. A Vice-Presidência, com peso mínimo em comércio e política externa, ficou com o papel de interlocutor por supostamente ser o cargo brasileiro mais equivalente ao de vice-premiê chinês.

Foi uma escolha estranha. Wang Qishan, um dos quatro vice-premiês e nome em ascensão no Partido Comunista, está encarregado de assuntos comerciais e de diplomacia externa. Ou seja, o que para Temer é um tema esporádico em meio a negociações para cargos no governo ao PMDB, no caso do seu interlocutor chinês é o pão de cada dia.

Essa dissintonia é um dos motivos pelo qual que, ao longo de oito anos, houve apenas duas reuniões da Cosban. Metade da previsão inicial de um encontro a cada dois anos. Muito pouco para a crescente complexidade das relações bilaterais.

Compare-se com o mecanismo semelhante entre China e Estados Unidos. No Diálogo Estratégico e Econômico EUA-China _ que ocorre anualmente_ Wang é o representante chinês na área econômica e tem como interlocutor o secretário do Tesouro, atualmente Timothy Geithner.

O formato da Cosban parece influir no conteúdo. Temer protagonizou um momento naïf ao pedir que os chineses restrinjam “voluntariamente” suas exportações ao Brasil. Uma análise impecável da inviabilidade da proposta está na coluna de hoje de Vinicius Torres Freire (aqui, para assinantes).  Acrescento apenas uma pergunta: como sustentar um pedido assim ao país com quem o Brasil teve no ano passado um superávit de US$ 11,5 bilhões (38% do superávit global do país)?
Outro ponto pouco exequível foi o pedido para que a China compre mais produtos manufaturados do Brasil. Mas quais? A preços competitivos?

Se Wang não deu uma resposta direta em Brasília a todos esses pedidos, vale a pena ler sua conversa de 2009 com o Comissário de Comércio da União Europeia relatada no livro “The Party” (o partido), do jornalista do “Financial Times” Richard McGregor.

Após admitir que havia “irregularidades” na prática comercial chinesa, Wang concluiu: “Eu sei que vocês têm reclamações. Mas o charme do mercado chinês é irresistível”.
No cenário atual, a China, principal motor econômico mundial, espera que o mundo se adapte a ela, e não o contrário. O Brasil não será exceção.

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O pagode sino-brasileiro

Por Vista Chinesa
15/02/12 15:11

Vista Chinesa, mirante em homenagem aos primeiros imigrantes do país asiático ao RJ

Fabiano Maisonnave, de Pequim

Do alto da Floresta da Tijuca, a Vista Chinesa oferece um dos mais espetaculares panoramas do Rio de Janeiro a partir de um mirante em formato de pagode, armado em bambu e adornado por gárgulas de dragão.

A construção é uma homenagem aos primeiros imigrantes chineses no Brasil, trazidos a partir de 1810. A ideia era de que servissem de mão de obra barata e especializada para o incipiente cultivo de chá no país, na época uma valiosa commodity na Europa.

O projeto não deu certo _um dos prováveis motivos era que o chá verde trazido pelos chineses não era palatável ao gosto local. E como só viajaram homens, a comunidade se dissipou.

No eurocêntrico século 19, era impossível imaginar que a China se transformaria no maior parceiro comercial brasileiro. Mesmo assim, é notável ver que alguns temas daquela experiência seguem em voga.

O Brasil é hoje um dos principais fornecedores de commodities para os chineses. Mas a indústria brasileira se ressente da competição chinesa, beneficiada pela (já não tão) barata mão de obra. Está perdendo espaço no mercado doméstico e tem dificuldades para penetrar no mercado da segunda economia mundial.

No sentido inverso, os imigrantes chineses voltaram a aparecer, aos milhares e desta vez em famílias. Pela quantidade de restaurantes Brasil afora, souberam misturar o tempero local à sua cozinha.

Com a mesma lógica, empresas chinesas investem e ganham cada vez mais importância em setores tão diversos como petróleo, automóveis, telecomunicações e equipamentos para portos e siderúrgicas.

A ascensão chinesa coloca o Brasil diante do clássico dilema do “decifra-me ou te devoro”. Com pouco conhecimento sobre o seu parceiro distante, corre o risco de fracasso tanto no atual esforço protecionista quanto na identificação de oportunidades oferecidas pelo principal motor da economia mundial.

A forma espetacular como a economia chinesa vem crescendo, as dúvidas sobre a capacidade do Partido Comunista de manter o monopólio do poder e o impacto do explosivo mercado consumidor de 1,35 bilhão de pessoas sobre os recursos do planeta são apenas algumas das grandes questões em aberto cujos desdobramentos terão impacto no Brasil e no mundo.

A intenção desde blog, editado desde Pequim, é abordar todos esses temas e outros mais a partir do ponto de vista das relações Brasil-China. Não será um esforço individual: haverá colaboradores com experiências diversas, a serem anunciados em breve. Também reproduzirá, sempre que possível, textos publicados na Folha.

Pagode, é bom lembrar, pode ser tanto a arquitetura oriental de telhados recurvados para cima quanto uma animada roda de samba.

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